19.3.09

HAIR



Falar de amizade, guerra e política. Ainda não tive a oportunidade de ver nenhum outro filme que relacionasse temas tão distintos com tamanha sensibilidade e, ao mesmo tempo, com um final arrebatador. A sociedade criticada da maneira mais fria possível. As feridas causadas pelos fatores políticos - e até religiosos - externos, impostos a cada um, desde seu nascimento.
A obra prima adaptada para o cinema por Millos Forman, aclamado diretor de "Um estranho no ninho", nos traz a verdade nua e crua, mas acima de tudo, vazia.

Temos Claude. Um típico americano, praticamente treinado para servir ao seu país e, quando chamado, morrer com uma bandeira na mão e com muito orgulho. E, no extremo oposto, temos George. Podemos descrevê-lo com apenas uma palavra: hippie. Isso já nos basta para saber o quanto os dois teriam assunto para debater.
Em todo caso, Claude e George se encontram no Central Park, na véspera da inscrição de Claude no exército. Eles sentem uma afeição mútua, e George tenta mostrar seu mundo livre, colorido e sem deveres civis ao mais novo amigo, a fim de convencê-lo a não partir para a guerra.
A história se desenrola num conflito contínuo de ideais e valores de diferentes lados da moeda. Dúvidas que valem para os dias de hoje; que nos fazem ver que não há certo ou errado, e sim, diferentes pontos de vista.

Dirigido de maneira genial e com uma trilha sonora perfeitamente projetada para cada cena do filme, Hair nos mostra a amizade vencendo barreiras que se encontram dentro de nós mesmos.
Já não interessa mais quem ou o que fez Claude e George seguirem tais caminhos.
Mas é precioso o cuidado com o qual cada um trata o outro. Simplesmente aceitam o que o amigo sonha, deseja e, de maneira ingênua, sem debates, respeitam.
Seria esse, enfim, o igrediente ideal para o mundo; a amizade sem ambições paralelas.

Mas o ideal encontra-se tão distante da realidade, que não sei se é possível haver tal sentimento em tempos de guerra. Chega sempre um momento em que devemos nos questionar qual personagem seremos; Claude ou George.
Seremos como cegos num tiroteio, completamente sozinhos por uma causa abandonada? Ou viveremos isolados em uma caixa escura longe de tudo que pode nos fazer bem, ou mal?
Não há uma resposta formulada para tais perguntas. Sendo todas desprovidas de segurança, que seja a consciência, o principal fator para a escolha.

3 comentários:

  1. O que você escreveu parece o filme sendo contado direitinho, mas sem tirar nenhuma das boa partes ou tirando a emoção do final. Você escreveu muito bem sobre esse filme. Eu gostei bastante, amor!
    TE AMO!

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  2. Oi!
    Ótimo texto!
    Esse filme é realmente ótimo!!
    A trilha sonora... Mto perfect!!!
    Bjs!

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  3. Como não saber que Bárbara de Széchy adora "Hair", se até mesmo o celular dela tem as músicas do filme?!

    Adorei o texto, Babi! E assim que puder, assitirei ao filme pois sei que será muito bom, já que a trilha sonora é ótima! :D
    Mesmo sem ter visto o filme, qualquer um, ao ler seu texto, estará cativado a assistir e a refletir sobre o que você disse.
    Beijos
    Vi !

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