22.12.10

Em branco

Papel molhado.
Borrado,
com linhas turvas.
Pinga uma lágrima,

duas..


Logo,
o papel é uma névoa,
tudo é um branco.
Turvo e nublado.
Então, só então -

então visualizo meu mais sincero poema.

3.12.10

No mundo dos sonhos

- Você aqui de novo. Por que continua voltando?
- Não sei.
- Vá embora.
- Não sei como.
- Então... me acorde.
- Não quero. Quero estar junto, você e eu. É tão solitário aqui.
- Aqui. Eu posso sentir o vazio só de pensar, sempre que você aparece aqui, quando vem me visitar.
- Fique comigo. Eu imploro, eu peço, fique, fique. Vamos juntos parar aqui. Fique e ficaremos, só nós, por favor.

Ela acordou gritando desesperadamente no meio da madrugada. Gritava, pois, atordoada, ela ainda lembrava da voz utópica que implorava. Acordada, então, estava aliviada, abençoada e assustada. Tivera sorte. Outra vez, ela conseguira escapar quase ilesa do silêncio onórico que a pedia para ficar.