16.3.09

Like a Rolling Stone!


O conceito de música seria absurdo. Apenas por existir, ele já seria inaceitável. Ouvi uma vez um amigo dizer que falar sobre música é como dançar sobre arquitetura.

Que eu seja direta, então, já que não poderia faltar a poesia em sua mais bela forma, nesse Blog.

Cheguei a pensar um dia que a música, como todo tipo de arte, é uma maneira bonita ou não do artista imortalizar seus sentimentos. Podemos estar tristes ou não, satisfeitos ou não, que se conseguirmos transmitir o que está em nossa mente de maneira bela, tais sensações e pensamentos perderão forças. Quem me dera poder fazer uma música com a letra sincera e uma melodia condizente.

De muitas que admiro, quero falar de uma que, pode-se dizer, tornou-se uma fuga para mim. Um abrigo. Uma filosofia, talvez utópica, que me faz sentir mais segura comigo mesma. Foi feita por Bob Dylan, o que por si só já diz muito, e chama-se "Like a Rolling Stone".

Fala, penso eu, boa parte de seus ideiais com evidências de forte influência dos movimentos populares dos anos 60. Mas acima de tudo, fala da maneira de se encarar a vida. Um modo mais simples, mais independente, que me soa tão sedutor. Como se pudéssemos, através de um ideal próprio, mudar o mundo.

Se fechar os olhos e simplesmente escutar a letra, sente-se como que solto na sorte e no azar do próprio destino. Subordinado à própria vontade, hoje em dia tão negligenciada, e livre. Livre, planando simplesmente. Sem posses.

Parece-me tão sonhador. Soa um tanto Hippie demais, não? Mas acho belo.

Aqui vai um trecho, que traduz o que estou dizendo:


"Go to him now, he calls you, you can't refuse

When you got nothing,

you got nothing to lose

You're invisible now,

you got no secrets to conceal.

How does it feel

How does it feel

To be on your own

With no direction home

Like a complete unknown

Like a rolling stone?"


E diante do fato de me agradar muito a letra, me pergunto quanto ao verso que nos garante não perder nada, se não possuímos nada. Mas pense em apenas não possuir nada além de si mesmo. Em que espécie de egoísmo auto-suficiente eu estaria se nada possuisse, para livrar-me da dor de perder algo importante. Prefiro possuir mil coisas amadas, e, ao caso de perdê-las, poder dizer que um dia fui rainha delas, tive do que me orgulhar.

Mas essa sou eu. Para uns, como Bob Dylan, talvez, é possível sentir-se satisfeito apenas com palavras.

Quando me perguntarem qual a minha, basta dizer que estou disponível ao meu próprio acaso, mas sem nunca abandonar meus sonhos.

Afinal - fazendo algumas adaptações - "quando realmente se tem o que valorizar, estará em nós para sempre''.


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