3.9.09

Coisas que eu amo em Cassino.

Eu amo o jeito como há mais de um narrador em diferentes partes do filme, e todos eles são personagens. Corresponde à memória particular de cada um, então você tem vários pontos de vista.

Amo como Nikki (Joe Perci) fala fumando e ao mesmo tempo olhando para os lados para ver se tem alguém com cara suspeita. Ele murmura coisas bem típicas dele, como "Quem é esse cara?" ou "Me dê o dinheiro" (Give me the fuckin money). Em inglês é outra coisa.

Adoro como Sammy (Robert DeNiro) repete duas vezes uma pergunta de confirmação com os olhos apertados em sinal de ameaça. Exemplo:
Nikky: Ginger está aqui comigo.
Sammy: Ginger está aí com você?
Nikky: Sim.
Sammy: Ela está aí?
Nikky: Está, droga!
Sammy: Com você! Nãoi saia daí. Estou chegando.

E aí ele desliga e sai seja lá daonde esteja para encontrar a mulher drogada e linda.
E, aliás, adoro o jeito como sempre há um telefone para ser atendido especialmente pelo Sammy. Aonde quer que ele vá; tem um telefone.

Amo, também, o enfoque dado em certas cenas com o congelamento desta. É como se Scorsese estivesse mandando um recado de "preste atenção, aqui." e realmente valhe a pena.
Isso também acontece quando a música vai aumentando de volume e acelerando nos momentos antes de um tiro, por exemplo, ou da polícia arrombar alguma porta. E, quando a ação acaba, tudo fica silencioso do nada.

Gosto muito de imaginar os minutos de preparação da Sharon Stone antes de entrar em cena. Como fazer aquela cara imaculada de fingida? Imagino ela se esbofeteando no camarim, sóbria.

Isso me faz lembrar das cenas de espancamento. Faz você pular da cadeira e, sei lá, desejar ser um gangster por um momento para poder bater daquele jeito! Cara, como eles batem.

Destaque para os ternos do Sammy. Simplesmente tão coloridos e cafonas que você não espera ver o Robert DeNiro num deles novamente. Aproveite cada minuto.

Amo as demolições e os idosos numa marcha bizarra, ao som de música clássica, no final. Passa um sentimento de pânico, que você não entende bem. Quer dizer, não só idosos de moletom. Mas sempre que eu lembro daquela cena, por algum motivo, penso em lobotomia e lavagem cerebral.
Por sinal, eu amei o fim. Como mais terminar? É isso aí, pronto, fim. Close no DeNiro. Créditos. Dá vontade de rever mil vezes. Acredite, eu revi.

Bom, voltando:
Amei o fato de alguém finalmente ter batido na Ginger. Sou contra agressão às mulheres. Mas precisava. Só vendo para entender.

A trilha sonora é maravilhosa.

Tem uma coisa muito legal entre os personagens da máfia: Se você não é italiano, não é tão confiável. Você pode falar alguma coisa, então, mesmo sendo legal, vai morrer. Só para constar, eu tenho nacionalidade italiana. (?) Ainda no tema italiano, não podiam faltar os beijos de cumprimento. São homens milhonários, matando gente, e... se beijando no rosto. Não preciso dizer mais nada.

É isso. Assista Cassino.

Um comentário:

  1. Matheus =)9:46:00 AM

    muito boa a crítica,veremos mais tarde =)
    pq vc não falou logo que seu pai é o próprio Al Pacino tb?
    haha
    Te amo bebe! ♥
    Bjaum

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