9.4.11

22:22h

Começou a ventar forte. Um vento esbarrou no vidro do carro. Um cachorro latiu e foi silenciado pelo som das folhas das árvores. Era noite. Uma pessoa saiu de um carro com náuseas. Uma porta bateu em algum lugar longe. Um carro passou lentamente na rua, rente à calçada. O vento empurrava a pessoa, que caminhava apressada segurando (ou segurando-se) aos seus cabelos. Um monte de papel usado formava um mini redemoinho em um canto sujo. Vultos no escuro. Uma pessoa olhou em volta, procurando rostos?, que rostos.. Essa pessoa chegou, enfim, entrou; elevador, corredor, casa. Correu até a janela, abriu -vento - olhou para baixo. Lá estava o carro, acelerando em direção contrária. Aquela pessoa continuou com o vento no rosto e percebeu que perdera o foco, percebeu um arrepio. A rua ruminante era banhada pelo luar doente que modestamente luzia. Uma outra pessoa, em uma outra janela, tapava os olhos com as mãos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário