1.2.11

Festim

Chove. E chove muito... É engraçado como eu sempre paro pela chuva e para a chuva, observo-a por horas, e não me importo que me molhe na janela. É curioso também, como parece que mais nada pára diante dela, o mundo continua. Ninguém parece perceber a paz que cai do céu.
A chuva tem um poder sobre mim; ela me faz pensar de uma maneira diferente. Diferente pois é um pensamento só meu, na medida que nunca ouvi alguém falando sobre chuva, então sinto como se essa reflexão em mim fosse pura. Tenho meu ponto de vista intocado pela opnião alheia, e essa certeza de individualidade e independência, até de egoismo, me faz feliz.

Queria mesmo ser uma gotinha de chuva. Eu poderia ser tanto, como parte da beleza imbatível de uma tempestade, ou de uma chuva ordinária qualquer. Eu apostaria corrida com outras gotas na janela de um carro em movimento. Eu deitaria em uma lágrima, se tivesse a sorte de molhar num rosto. Tentaria brindar amores, beijos, brincadeiras, perdas. Sentiria na queda somente a certeza de cair. Eu seria livre pelo sonho de um dia juntar-me ao mar. Poesia. Não tem nada mais poético que isso, e eu queria, pelo menos uma vez, que essa chuva fosse para mim.

Um comentário:

  1. nessa terça ela foi pesada, inesperada e contundente. a chuva mata, mas nos leva a divagar sobre tudo...

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