14.3.11

Famintos

Olhos de corvo incinerantes, me pegam desprevinida quando acordo para o gole d'água de madrugada. Asas de corvo batem famintas, e fazem um rebuliço selvagem na minha querida, partida, vontade de esquecer. Patas de corvo polidas, buscam, cheias de graça, minha esperança moribunda, de enfim parar de me preocupar com meu magnífico destino, meu pretérito contundente e todas as células do meu corpo. Por que preciso, meu deus, pensar tanto? Ter consciência da gravidade na pele, como penas negras, é, ao menos, normal? Só sei que meu normal é me assombrar com minha própria vida, e ser perseguida pelas infinitas versões de mim mesma que guardo em minha garganta. Eu olho para o corvo de olhos ardentes, asas famintas e patas polidas, e só então enfrento meu medo de jamais esquecer cada detalhe de mim. No minuto seguinte, pisco para meus olhos ardentes, e, paradoxalmente, enfrento meu medo de me perder entre voos vazios de um futuro carente.

2 comentários:

  1. eu adorei seu blog,seu layout e principalmente os textos vocês se expressa perfeitamente bem e muita vezes me sinto como você descreveu acho que todas nós nessa fase da adolescencia passamos por isso certo?
    De ti nos questionarmos de mais com quem somos?O que nos tornaremos no futuro?será que faremos tudo certinho?será que deixareros algo pendente para trás é isso ae flor conselho que ti dou é que procure nao pirar tente relaxar e viver um dia de cada vez *-*

    ResponderExcluir
  2. eu adorei seu blog,seu layout e principalmente os textos você se expressa perfeitamente.Muitas vezes me sinto como você descreveu acho que todas nós nessa fase da adolescencia passamos por isso certo?
    De nos questionarmos de mais com quem somos?O que nos tornaremos no futuro?será que faremos tudo certinho?será que deixareros algo pendente para trás é isso ae flor conselho que ti dou é que procure nao pirar tente relaxar e viver um dia de cada vez *-*

    ResponderExcluir