21.5.10

Avelã

Entregou os braços ao vento, que soprava forte, levando também seus cabelos cor de avelã. E seus olhos ardiam ofuscados pelo sol, a pele queimava. Ela podia ouvir o som de uma guitarra que ronronava como um felino, profanando acordes sonolentos. Sentia todas as sombras escondidas nas pequenas frestas entre as árvores frondosas.
Ela via o mundo plano e perolado. Jurava que fazia moda sendo assim, clemente de solidão. Gotículas de suor mostravam-se timidamente em sua testa. No crepúsculo, os raios de sol perdiam força, ficando mais fracos gradualmente. Já era noite de novo, e tudo nela esfriava; a pele, o olhar e o coração.
"Então chegou a hora", suspirou. Arrastada, ela vagou inerte entre os campos de trigo, penetrando ingenuamente na noite, à caminho da cidade.
Era hora de matar de novo...

3 comentários:

  1. Muita boa a crônica, Babi!
    Confesso que o final foi inesperado para mim, como os textos ultra-românticos. :)
    Parabéns!
    Continue assim. ^^

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  2. Matheusinho6:45:00 PM

    Noite de Novo

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  3. Huuum adooro avelã. É o que tem na Nutella!(DÃÃ!)
    Muito maneiro texto, sobre matar, afinal vc está nessa fase... acho bom eu ficar longe de vc. Vai que vc vira um psycho?

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