1.12.09

Em casa.

Aquela calma dos dias sem sol. Aquela da chuva batendo contra o vidro do carro, num ataque suave. A calma daqueles que não sabem cantar nem dançar e cantam e dançam no chuveiro. A calmaria do vento batendo no rosto violentamente, lotando os olhos de uma ardência, de lágrimas e de satisfação. Juro que sinto a calma maior não depois da tempestade, mas minutos antes do seu fim. Quero aquela tranquilidade do pós-prova, pós-declaração e pós-ilusão. Poder querer as coisas mais absurdas, os sonhos mais impossíveis: Amar e ser correspondido. Sorrir depois de uma tragédia grega em sua própria história. Abraçar o fim do mundo com carinho de mãe coruja.
Aquela calma, também, de se desligar do que não presta. De se tornar permanentemente indisponível para quem não te quer bem. O humor da calma sem grandes causas, e a calma do humor sem gargalhada.

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