17.11.10

Mariposa refletida.

Ratificada, ela meramente fitava o espelho, absorta na imagem traduzida de uma menina fraca e escassa;
de sua boca lhe escorria ferrugem,
de suas unhas, escorria o caos,
e, dos seus olhos, nada. Inundados de secura.

Ela imundamente existia.
Estudava a epifania clara
naquele conjunto de prata com vidro;
um amor efêmero, doce, ardente, vermelho.

Corpo Doente.

Apenas uma menina, mas compreendia,
ao contemplar-se nua,
sua esquizofrenia.

Ela suportava a memória pungente,
que
escorria.
Memória de um passado sádico,
a encará-la, gemendo indecentemente,
espelhado.

2 comentários: