14.10.10

Manifesto das Migalhas

Não conheci muitas coisas ou sentimentos depois daqueles dias. Parece que, passado o tudo, lotou-me um monte de nada. E esse inexistente conteúdo me deixa sempre sufocada de vazio. É vazio da ponta dos dedos até os fios de cabelo. Sinto-me carregada pela força do nulo, levando-me ao mundo, como se eu mesma me estivesse guiando.É engraçado observar o rumo que meus pés acabam tomando; obviamente pés não tem memória, e os meus estão sempre me demonstrando tamanha levianidade quanto aos acontecimentos do passado. Os pés sempre cambaleiam para onde já deixei um pouco de mim. Levam-me de volta e de volta ao erro conhecido. Palavras mal ditas e vazias de significante, eu digo. Quedas de mal jeito e colisões indesejadas, eu cometo repetidas vezes. Mas de tudo, resta nada. De você, só migalhas de coisas e sentimentos bons. Daqueles dias, só fotos e cartas.
Quero uma nova reta, sem muitos desvios dessa vez. Uma que não deixe meus pés viciados no mesmo pecado. Eu rogo por memória com liberdade para esperar mais que a rotina alejada que me guia nessa estrada. Eu confesso meus passos, dê-me paz.

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