6.6.11

Mais uma vez

As vezes eu me dou conta de mim e dos meus sentimentos. E, assim, percebo todas as contradições e erros que existem por existir na minha existência: como, em cada respiração, o ar que expiro leva uma parte de mim. Como se, com um olhar, eu pudesse voltar ao antes, sem me dar conta de que meu agora virou um depois num piscar do mesmo olhar. Como eu não acompanho minhas teorias sobre o melhor jeito de lidar com meu jeito, a maneira menos arriscada de correr riscos.

As vezes imagens ilustram o que eu não sei ler: um pequeno e patético redemoinho tentando ser forte, levantando folhinhas do chão e rapidamente se dissolvendo no nada. A nuca coberta por cabelos escuros de alguém que caminha apressado, sem olhar para traz, entrando corredores de pedra. Pessoas comendo em silêncio. O vento frio de madrugada entrando sorrateiro pela janela.

As vezes tenho pesadelos dos quais acordo com sustos quietos, noturnos. Outras vezes, os pesadelos são ferozes e me acordam com sussurros que soam como gritos. Tento sempre entender porque meu cérebro me leva a essas viagens mentais desagradáveis, mas falho, com a cabeça ainda no travesseiro, e torço para simplesmente não sonhar, ou dormir sem perceber.

E todas essas vezes, acontecem muitas e muitas vezes; fazem quem eu sou. E quem pode me explicar como eu posso ser de uma vez por todas?

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