27.11.09

Licença

É melhor, as vezes, ir devagar, quase parando. Digo, é melhor ir com calma, porque, segundo o ditado, "devagar se vai longe". Demoraria um tempo muito maior, e eu nunca estive muito no clima para perder tempo. Mas talvez eu simplesmente devesse experimentar assim; quase parando. Não sei bem como, acho que faltei a essa aula na escola de direção. Tenho que admitir que nunca gostei dessa escola, em todo caso, e pelo visto estou bem longe de me formar. Eu tento manter a velocidade determinada, mas quando dou por mim, estou com o pé estacionado no acelerador e avançando a mil por hora sem me preocupar. Correndo, com o risco de capotar, derrapar. Paro somente para abastecer com gasolina o carro, e depois volto a me embriagar de adrenalina. Minha licença para dirigir vai mesmo demorar a sair, e eu me conformo com isso. Entendo, afinal, o porquê do risco de eu dirigir minha própria vida; o faria no escuro, com as mãos atadas e os pés viciados no passo errado. Essa falta de liberdade é um belo preço a se pagar por não seguir as regras.
Já amassei a lataria tantas vezes, dando com a cabeça na parede por pura teimosia. Já estraguei o motor com meu sedentarismo ordinário e minha alimentação desbalanceada. E nem vou falar das vezes que atropelei meu coração na maior negligência.
E mesmo sem autorização, conduzo esse carro desgovernado sem prestar atenção em semáforos ou guardas. Ladeira abaixo, sem pôr as mãos no volante. Se eu penso no risco, tenho medo? A pergunta certa seria ''Porque não?''.

Um comentário:

  1. Oi!
    Nice post!
    Já estava com saudades de seus textos... Hehe!
    Às vezes, é preciso acionar os freios, paradoxalmente, para se viver com mais intensidade!
    Se beber... Não dirija... Hehe!
    Bjs!

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